Obesidade precoce é uma bomba-relógio para a saúde”, alerta endocrinologista
- TKS Comunicação
- há 5 dias
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A endocrinologista Dra. Carolina Mantelli faz um alerta importante: “Desenvolver obesidade antes dos 30 anos é como acionar um gatilho para doenças graves ao longo da vida”. A preocupação da especialista é reforçada por um estudo apresentado no Congresso Europeu sobre Obesidade, que apontou que o excesso de peso na juventude pode aumentar em até 84% o risco de morte precoce.
A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade de Lund, na Suécia, acompanhou mais de 620 mil adultos entre 17 e 60 anos e revelou que o impacto do ganho de peso na fase jovem é desproporcionalmente maior do que quando ocorre em fases posteriores da vida.
A pesquisa mostrou que mulheres que se tornaram obesas antes dos 30 anos tiveram um risco 84% maior de morrer precocemente. Já entre os homens, esse risco foi 79% mais alto em comparação com aqueles que mantiveram um peso saudável durante a juventude.
Segundo os autores do estudo, cada meio quilo ganho por ano antes dos 30 anos aumentava em 24% o risco de morte precoce entre os homens, e em 22% entre as mulheres. “Mesmo ganhos de peso considerados pequenos, se mantidos ao longo dos anos, sobrecarregam o metabolismo, aumentam a inflamação do organismo e favorecem o desenvolvimento de doenças crônicas silenciosas,” explica a Dra. Carolina.
Entre os principais fatores de risco associados à obesidade precoce estão o diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. O impacto na saúde mental também não pode ser ignorado. “Estamos vendo uma geração cada vez mais jovem adoecendo cedo. E, muitas vezes, a obesidade vem acompanhada de depressão, ansiedade e queda na autoestima,” ressalta a endocrinologista.
A especialista também destaca a influência do estilo de vida atual: “Hoje o ambiente facilita escolhas pouco saudáveis: alimentos ultraprocessados, excesso de telas, sedentarismo e pouco incentivo à prática de atividade física. É uma combinação perigosa, especialmente para adolescentes e jovens adultos,” afirma.
Embora o risco também aumente quando o ganho de peso ocorre entre os 30 e 60 anos, o impacto é consideravelmente menor. A pesquisa apontou um aumento de 52% na mortalidade entre os 30 e 45 anos, e pouco mais de 25% entre os 45 e 60.
Para Dra. Carolina, a prevenção precisa começar cedo e envolver ações conjuntas: família, escola, políticas públicas e uma mudança de cultura alimentar. “Precisamos parar de tratar a obesidade como um problema só estético. Ela é uma doença crônica, com múltiplos fatores. E quanto mais cedo enfrentarmos isso, maiores são as chances de evitar complicações no futuro,” conclui.
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